Quais são os impactos da pandemia na Educação - e como eles podem afetar o futuro

As escolas têm adotado adaptações e inovações e apostado em estratégias de ensino e aprendizagem aliadas às tecnologias digitais. Entenda.

08/12/2020 12:20
Foto: Shutterstock.

A pandemia do novo coronavírus gerou muitas incertezas para a Educação e, depois de um período turbulento para as escolas brasileiras, o mês de dezembro decreta o encerramento do ano letivo para a maior parte delas.

 

Infelizmente, o fim das aulas não representa o fim das dúvidas e da insegurança frente o ano letivo de 2021, tanto é que a maioria das escolas ainda não têm planejamento definido para o ano que se aproxima.

 

Ainda assim, elas apostam nas adaptações e inovações que adotaram esse ano e buscam estratégias de ensino e aprendizagem aliadas às tecnologias digitais.

 

Hoje, a Konnet Telecom discute sobre os impactos trazidos pela pandemia na Educação em 2020 e aborda maneiras de superar esses desafios em 2021.

 

 

Impactos da pandemia

 

Com a chegada da pandemia, em fevereiro de 2020, grande parte das escolas suspendeu as atividades letivas por 15 dias. Como a pandemia não acabou, o retorno foi adiado por mais um mês. E, assim, ele foi prorrogado constantemente até a adoção do Ensino a Distância (EAD).

 

O EAD é uma modalidade de ensino on-line, na qual alunos e professores interagem por meio de ferramentas digitais. Entre as vantagens do EAD, estão os custos reduzidos e a flexibilidade de tempo e espaço.

 

Entretanto, também existem desvantagens, que são acentuadas com a desigualdade social do Brasil, como:

 

  1. Falta de infraestrutura para assistir às aulas e realizar as atividades propostas:

 

Um estudo realizado pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) indicou que 79% dos alunos brasileiros tem acesso à internet. Porém, mais da metade deles (46%) acessa aulas e conteúdos apenas pelo celular, o que limita a aprendizagem.

 

Em outubro deste ano, a revista piauí publicou um perfil sobre a estudante Pâmella Campos, de 16 anos, moradora da comunidade de Vila Santo Antônio, no Rio de Janeiro. Pâmella divide o único wi-fi disponível com mais cinco residências e utiliza apenas um celular para estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A realidade dela é muito diferente daqueles que têm wi-fi, computador, impressora e outros aparatos tecnológicos em casa.

 

2. Diminuição do rendimento escolar:

 

Resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha entre os dias 24 e 25 de novembro, com 2.660 eleitores nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, mostraram que 82% dos pais acredita que o rendimento dos filhos diminuiu em 2020.

 

A dificuldade em se interessar e assimilar o conteúdo, a incapacidade de se organizar para estudar em casa e o desequilíbrio emocional são consequências da pandemia que afetam o rendimento escolar dos alunos.

 

3. Evasão escolar:

 

A pesquisa “Juventudes e a Pandemia no Coronavírus”, realizada pelo Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE) em parceria com sete instituições, indicou que cerca de 30% dos jovens pensa em abandonar a escola.

 

Além disso, 49% dos estudantes que planejam fazer o Enem está pensando em desistir da prova e 67% não está conseguindo estudar desde que as aulas foram suspensas.

 

A evasão escolar traz consequências tanto para o aluno, que não consegue crescer no mercado de trabalho, quanto para o próprio mercado, que não garante profissionais qualificados.

 

 

E em Governador Valadares?

 

A cidade mineira de Governador Valadares também sente os impactos da pandemia na Educação, mas tem se saído bem na adaptação para o novo cenário.

 

A Escola Estadual Vicente José Soares, na zona rural de Valadares, por exemplo, destacou-se como o Ensino Médio de maior crescimento no Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb) em três anos. Uma das estratégias foi evitar a evasão escolar, especialmente durante a pandemia.

 

Escola Estadual Vicente José Soares, antes da pandemia. Foto: Jornal Estado de Minas.
Escola Estadual Vicente José Soares, antes da pandemia. Foto: Jornal Estado de Minas.

 

Além disso, o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) - campus Valadares realizou diversas ações de combate à pandemia, como a distribuição de álcool líquido 70% para cinco regiões de Minas Gerais e a produção e doação de protetores faciais para prefeituras e outras entidades regionais, além da disponibilização de um programa de mentoria para pequenas empresas.

 

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) - campus Governador Valadares também realiza estudos. A professora Fernanda de Oliveira Ferreira participa de uma pesquisa sobre o bem-estar e educação a distância durante o distanciamento social, em parceria com outras universidades.

 

 

O que pode mudar na Educação depois da pandemia?

 

Com a pandemia, novas estratégias de ensino e aprendizagem foram colocadas em prática e algumas delas podem continuar em exercício mesmo que a Covid-19 seja erradicada. Elas são:

 

  1. Ensino híbrido:

 

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) divulgou que 40% dos estudantes acredita que o ensino híbrido é a melhor opção para o cenário pós-pandemia.

 

Em Governador Valadares, um estudo realizado entre alunos universitários, utilizando um modelo de ensino híbrido no qual 50% das aulas eram desenvolvidas presencialmente e 50% virtualmente, averiguou que o ensino híbrido favorece uma postura participativa dos estudantes e que o uso das tecnologias contribui no processo de ensino e aprendizagem.

 

Foto: Shutterstock.
Foto: Shutterstock.​​​​​

 

  1. Uso de tecnologias:

 

A incorporação de tecnologias no dia a dia das escolas pode ser uma aliada no processo de ensino e aprendizagem. Elas atraem a curiosidade dos alunos, dinamizam a aula e desenvolvem competências.

 

Algumas das ferramentas que podem ser utilizadas são Geogebra, Stellarium, Flipsnack, Google Classroom e Google Arts & Culture, entre muitas outras.

 

  1. Colaboração social:

 

Na pandemia, usar máscaras, evitar aglomerações e ficar em casa são apenas algumas das recomendações que crianças e jovens ouvem diariamente. Práticas como essa evitam a propagação da Covid-19 e ajudam na diminuição dos números de infectados e de mortos pela doença.

 

Essas atitudes estimulam o senso de colaboração e responsabilidade social desses cidadãos em formação. Como são eles que ocuparão o centro das decisões no futuro, formá-los com empatia e pertença social é indispensável para a qualidade de vida de todos e todas a longo prazo.

 

 

É preciso lembrar que as vantagens da EAD só serão desfrutadas com justiça e igualdade depois que os desafios de acesso à internet e à infraestrutura adequadas forem superados. Além disso, todas essas práticas podem e devem ser adaptadas à realidade social de cada escola.

 

 

 

Hoje, percebemos que o primeiro requisito do EAD é o acesso à internet. Então, se você ainda não é cliente Konnet, aproveite para comprar um plano especial! Para mais informações, acesse o nosso site ou as nossas mídias sociais.