Vamos falar sobre cultura do cancelamento na Internet?

A 21ª edição do Big Brother Brasil ressuscitou debates que estavam em voga há algum tempo na cibercultura. Entre eles, está a cultura do cancelamento, que já atingiu diversas celebridades da casa.

Mas, afinal, o que é a cultura do cancelamento? Quando ela surgiu? Quem já foi cancelado? Existem episódios de podcast que refletem mais sobre esse assunto?

São essas as perguntas que a Konnet Telecom, sempre ligada no mundo da internet e da tecnologia em geral, responde no texto de hoje.

Confira:

O que é a cultura do cancelamento?

O termo “cultura do cancelamento” se refere a um comportamento social que se tornou comum nos últimos anos, especialmente dentro do universo das mídias sociais, como o Facebook, o Instagram e o Twitter.

O comportamento consiste em boicotar pessoas, empresas e/ou eventos cujas atitudes são consideradas imorais ou inaceitáveis pelos seus seguidores – como racismo, machismo e LGBTfobia. Em outras palavras, é uma nova forma de justiça social realizada na Internet.

Deste modo, o cancelado é prejudicado tanto na vida virtual quanto na vida real, através, por exemplo, da perda de seguidores nas mídias sociais e de ameaças ao seu emprego e aos seus meios de subsistência.

Hoje, esta prática está tão presente que “cultura do cancelamento” já foi considerado o termo do ano pelo Dicionário Macquarie em 2019. Nele, o significado da palavra “cancelar” é: “eliminar ou riscar para se tornar sem efeito”.

Quando a cultura do cancelamento surgiu?

É complexo identificar o início da cultura do cancelamento. A maior parte dos estudos concorda que ela começou em meados de 2017, com o movimento feminista #MeToo.

O movimento consistiu na exposição, via Internet, de casos de agressão sexual e de assédio sexual que não eram devidamente investigados pela Justiça – como é o caso do diretor de cinema Harvey Weinstein.

Entretanto, logo o comportamento se desvinculou do movimento #MeToo e se generalizou entre a população, adquirindo as proporções que tem hoje – em que se confunde o que é agir por ignorância e o que é reproduzir preconceitos por fazer parte de um grupo privilegiado.

Quem já foi cancelado?

  1. Gabriela Pugliesi: Muitas figuras públicas e pessoas comuns já foram canceladas. No Brasil, um dos casos mais marcantes foi o da atriz Gabriela Pugliesi. Embora ela já tenha participado de inúmeras polêmicas, o seu maior cancelamento aconteceu em abril de 2020, quando ela publicou, nas redes sociais, vídeos de uma festa com amigos em meio a pandemia de Covid-19. Ela perdeu 89 mil seguidores em apenas uma semana e desativou a sua conta no Instagram, além de perder 8 contratos.
  2. Karol Conká: A rapper Karol Conká tem sido o maior exemplo de cancelamento de todas as edições do Big Brother Brasil. Devido às suas atitudes na casa – especialmente contra Juliette e Lucas Penteado -, ela já perdeu muitos fãs. A cantora, que contava com 1,7 milhão de seguidores no Instagram ao entrar na casa, perdeu cerca de 500 mil seguidores em cerca de um mês. Ela também perdeu contratos com a GNT e foi criticada pela Avon Cosméticos.
  1. Harvey Weinstein: Já que mencionamos o movimento #MeToo, é importante falar do caso Harvey Weinstein. Em fevereiro de 2020, considerado culpado em duas das cinco acusações contra ele – sendo que mais de 80 mulheres testemunharam -, o ex-diretor de cinema foi sentenciado a 23 anos de prisão por estupro e agressão sexual. Ele também foi demitido e perdeu a sua empresa, The Weinstein Company.

Saiba mais:

Como o assunto está em voga, existem diversos conteúdos disponibilizados na Internet para entender melhor a cultura do cancelamento.

A Konnet Telecom separou três episódios de podcast sobre o tema:

  1. BBB 21 e o cancelamento dos famosos”: O episódio do podcast Expresso Ilustrada, da Folha de S. Paulo, discute sobre o cancelamento dos participantes do BBB dentro e fora da casa. Ele também analisa como o reality mudou nos últimos anos e como ele tem gerado discussões sobre LGBTfobia e colorismo. Os jornalistas Jairo Malta, Mauricio Stycer e Anna Virginia Balloussier participam do programa.
  1. Este episódio será ‘cancelado’”: Apesar de ter sido publicado há mais de um ano, o episódio do podcast Café da Manhã, da Folha de S. Paulo, traz reflexões interessantes sobre o cancelamento de figuras públicas como Alessandra Negrini, Fernanda Gentil, Felipe Neto, Anitta e Silvio Santos, além de discutir sobre a cultura do cancelamento. A psicóloga Vera Iaconelli participa do episódio.
  1. A cultura do cancelamento deve ser cancelada?”: O 33º episódio do podcast Na Palma da Mari reflete sobre o movimento #MeToo e a cultura do cancelamento. A jornalista Mari Palma recebe dois convidados que já foram cancelados: o ator e youtuber Maicon Santini e o produtor de podcasts da cultura pop Felipe Dantas.

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